Um programa especial, onde se destaca a entrevista exclusiva aos Ventos da Líria, quinteto instrumental que liga os ares celtas aos ventos da folk europeia.
"Karavaani Kulkee", Tuomari Nurmio & Alamaailman Vasarat (Finlândia) - progressive folk, punk, rock
"Prima Donna", Ricardo Lemvo (RD Congo) - salsa, rumba, soukous, afropop

As músicas do mundo prosseguem com Ricardo Lemvo e o tema "Prima Donna", um híbrido festivo extraído do seu quinto e último álbum “Isabela”, lançado em 2007 e baptizado com o nome da própria filha. Trabalho onde o músico, que começou por tocar em bandas de rhythm & blues, prossegue com a habitual mistura de géneros afro-americanos como a salsa cubana, o soukous ou a rumba congolesa, a que se juntam ainda incursões pelo universo do merengue, do boogaloo ou do tango. Um álbum que conta com as participações do guitarrista congolês Papa Noël, do violinista cubano Alfredo de la Fé, dos vocalistas Maria de Barros, Janan Guzey, Wuta Mayi, Nyboma, El Niño Jesús e do rapper Qbanito. Nascido no antigo Zaire, mas de ascendência angolana, Ricardo Lemvo passou toda a sua infância em Kinshasa, hoje capital da República Democrática do Congo. Foi ali que ele se deixou inspirar pelos ritmos e melodias da rumba congolesa e do soukous, fruto da influência da música cubana nas décadas de 1950 e 1960 naquele país. Aos 15 anos, Lemvo mudava-se para Los Angeles, nos Estados Unidos, onde, influenciado pelo vibrante ambiente da salsa, acabaria por trocar o curso de Direito pela música. Depois de ter sido vocalista em várias bandas, em 1990 este fundava os Makina Loca, uma dezena de músicos que combinam a rumba congolesa com o cubano son montuno, ligando as raízes africanas e os sons afro-portugueses aos da diáspora latina. Ricardo Lemvo canta em inglês, francês, castelhano, português, turco, suaíli, lingala e quicongo, uma panóplia de línguas associadas a temas que através do ritmo e da dança celebram a vida, e que, entre outros, são tocados por músicos como o colombiano Joe Arroyo e a cubana Orquestra Reve.
"Dabbaax", Youssou N'Dour (Senegal) - mbalax, afropop
Youssou N’Dour de regresso ao programa, desta feita com “Dabbaax”, tema retirado do álbum “Rokku Mi Rokka” (Apanhar e Levar), editado em 2007. Trabalho onde o mais famoso cantor senegalês se aproxima dos cantos religiosos sufi, das percussões dos griots e dos sons do norte do Senegal, num apelo à paz, tolerância e valorização do continente africano. No final dos anos 70, o autor, intérprete e músico, que aprendeu a cantar com a mãe, formava com o cantor El Hadj Faye os L'Etoile de Dakar, e em 1981 os Le Super Étoile de Dakar. Cruzando os ritmos sincopados do mbalax senegalês com a pop internacional, numa fusão que inclui o jazz, a soul e arranjos afro-cubanos, o “rouxinol de Dakar” depressa cativou o público ocidental sem no entanto abdicar das suas raízes, conquistando o estatuto de embaixador da música africana. Nos seus temas em wolof e inglês, Youssou N’Dour retrata o mundo da pobreza, da emigração ou os valores culturais africanos. Um dos mais conhecidos a nível global é “Seven Seconds”, gravado com Neneh Cherry. Através da música, Youssou N'Dour pretende quebrar o silêncio das crianças que sofrem e abraçar as causas humanitárias. Da fundação com o seu nome aos concertos em benefício da Amnistia Internacional, o embaixador da boa vontade para as Nações Unidas e para a UNICEF tem por isso mesmo colaborado com músicos como Peter Gabriel, Axelle Red, Sting, Alan Stivell, Bran Van 3000, Wyclef Jean, Paul Simon, Bruce Springsteen, Tracy Chapman, Branford Marsalis, Ryuichi Sakamoto ou o camaronês Manu Dibango.
"Ach Adani", Rachid Taha (Argélia) - chaâbi, raï, rock, punk, techno
"Bèlaya Bèlaya", Mahmoud Ahmed (Etiópia) - eskeusta, afropop, ethiopian jazz
Mahmoud Ahmed estreia-se no programa com “Bèlaya Bèlaya”, tema extraído do álbum “Éthiopiques 19 - Alèmyé”, editado em 2005. Parte de uma colectânea retrospectiva sobre a obra de diversos cantores e instrumentistas da música popular e tradicional da Etiópia e Eritreia, entre eles Alemayehu Eshete, Asnaketch Worku, Mulatu Astatke e Tilahun Gessesse. Nascido em Adis Abeba, onde ainda vive, Mahmoud Ahmed é um cantor de origem gurage, etnia do sudoeste da capital etíope, conhecida pelas suas danças tradicionais exuberantes. O músico estreou-se nos anos 60 no Arizona Club, cantando com a banda do capitão Girma Hadgue. Mais tarde, integrou a banda da Guarda Imperial de Haile Selassie, tendo vindo a colaborar com formações como Roha Band, Musicians Titesh, Dahlack Band ou Idan Raichel Project. Com uma voz multitímbrica, Mahmoud Ahmed é o rei da eskeusta (“êxtase”), género que cruza os ritmos complexos e repetitivos da música tradicional amárica com a pop, o free jazz, a soul, o funk, o rhythm & blues ou a dub. Uma mistura de sabor indiano, acompanhada quase sempre por sons ora eléctricos, ora acústicos, onde é possível encontrar instrumentos como o krar (cordofone de cinco ou seis corda, semelhante à lira, característico da Eritreia e da Etiópia), a guitarra e o bandolim. São canções de amor cujas letras escondem desabafos políticos, imagem de uma carreira feita de persistência quanto baste. Grande parte da extensa discografia do músico foi gravada durante os anos 70, uma actividade interrompida com a repressão política de Mengistu e dos governos seguintes. Há três décadas que a lenda viva da Etiópia não edita um disco de originais, e há quase vinte que não compõe. Contudo, e ainda que pouco conhecido no ocidente, Mahmoud Ahmed e a sua banda tocam ocasionalmente junto dos seus compatriotas exilados na Europa e nos Estados Unidos."Roda Cozida", Ventos da Líria (Portugal) - celtic, irish folk, fusion
Os Ventos da Líria trazem-nos “Roda Cozida”, um dos temas que deverá integrar o seu primeiro álbum de originais, ainda sem data prevista de lançamento. Para já, o grupo conta com o trabalho promocional “Às Voltas”, editado em 2007 e feito de melodias de autor e de temas tradicionais celtas. Repartido entre Alcains e Castelo Branco, o jovem quinteto liga os ares celtas ibéricos aos ventos da folk irlandesa, fusão festiva inspirada em nomes de referência como Kepa Junkera e Luar na Lubre, ou em bandas lendárias como os Dubliners e os The Chieftains. Ambientes musicais onde entram também os tangos provocadores de Astor Piazolla e as melodias vulcânicas de Emir Kusturica. A aventura furtuita arrancou em 2001, acabando por dar lugar à formação de que hoje fazem parte Rui Barata, Susana Ribeiro, Gonçalo Rafael, António Preto e Mané Silva. Ao diálogo ritmado entre o acordeão e o violino juntam-se a viola baixo, a guitarra, a bandola ou a bateria. Energia sonora que serve de estímulo aos Ventos da Líria. Tudo para que, inspirados pelos ares da Serra da Gardunha, estes continuem de olho nos ventos musicais que sopram dos quatro cantos do globo. A 23 e 24 de Maio o grupo ruma até Vila Viçosa e Torres Novas, respectivamente. Mais adiante, a 18 de Julho, segue-se o concerto em Penamacor. Finalmente, em Setembro, os Ventos da Líria vão estar nas Sarnadas de Ródão (dia 7) e em Castelo Branco (dia 19)."Iman", Andrea Echeverri (Colômbia) - latin rock, colombian folk, country
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