"Prologue", Solas (EUA) - celtic, irish folk
Os Solas (termo que em gaélico significa “luz”) a inaugurarem mais uma emissão com “Prologue”, tema de abertura da banda sonora original do espectáculo “Dancing on Dangerous Ground”, composta pelo conhecido quinteto nova-iorquino. Apresentado em Dezembro de 1999 no Drury Lane Theatre, em Londres, este projecto cruza pela primeira vez o teatro com a dança irlandesa. “A Perseguição de Diamuid e Grania”, lenda celta sobre um trágico triângulo amoroso, serve de base a um drama que combina paixão, bravura, vingança e traição. Em palco, para além dos 35 dançarinos, destacam-se os actores Collin Dunne e Jean Butler, estrelas internacionais da dança irlandesa presentes em Riverdance, e que aqui procuram ir para além da espectacularidade de performances semelhantes como Lord of the Dance ou Feet of Flames. Formados em 1996, os Solas adicionam elementos da música country, do blues, do bluegrass, do jazz ou de outros ritmos globais aos sons tradicionais celtas. O seu virtuosismo e versatilidade fá-los levar a folk irlandesa para além dos típicos jigs e reels. São arranjos imaginativos de melodias e danças do velho continente, mas também composições próprias do grupo, formado por Seamus Egan, Winifred Horan, Mick McAuley, Deirdre Scanlan e Eamon McElholm. Os Solas apimentam a folk irlandesa com instrumentação menos convencional. À flauta, gaita, whistle, bodhrán, acordeão, guitarra, banjo, bandolim, violino e concertina juntam-se então a guitarra eléctrica, os teclados e o sintetizador.
"Salam", Gigi (Etiópia) - world fusion, afrofunk
As músicas do mundo prosseguem com Gigi e "Salam", tema que faz parte do álbum “Gold and Wax”, lançado em 2006. Conhecida como Gigi, Ejigayehu Shibawba é uma das mais célebres cantoras etíopes, apresentando-se quer a solo, quer com as formações Tabla Beat Science e Abyssinia Infinite. Acompanhada por instrumentos acústicos como a harpa kirar ou a flauta washint, ela combina melodias tradicionais do seu país com uma grande variedade de estilos como o jazz, a soul, a dub e o afrofunk. A viver actualmente nos Estados Unidos da América, Gigi é casada com o baixista e produtor Bill Laswell, que há seis anos produziu o seu álbum de estreia, disco em que foram introduzidos instrumentos electrónicos e que entre os convidados incluía o célebre David Gilmore. Neste seu segundo trabalho, Gigi cruza harmonias africanas com elementos jamaicanos e indianos e batidas do Ocidente. Um arranjo complexo e moderno de canções de dança e melodias, com muito ritmo e percussão à mistura. São sons menos tradicionais que seguem o caminho de outros fusionistas etíopes. Um álbum que contou com a participação de músicos como o indiano virtuoso do sarangi Ustad Sultan Khan, o mestre da tabla Karsh Kale, o teclista Bernie Worrell, Nils Petter Molvaer, ou dos multi-instrumentistas africanos Abesgasu Shiota, Hoges Habte Aiyb Dieng e Assaye Zegeye.
As músicas do mundo prosseguem com Gigi e "Salam", tema que faz parte do álbum “Gold and Wax”, lançado em 2006. Conhecida como Gigi, Ejigayehu Shibawba é uma das mais célebres cantoras etíopes, apresentando-se quer a solo, quer com as formações Tabla Beat Science e Abyssinia Infinite. Acompanhada por instrumentos acústicos como a harpa kirar ou a flauta washint, ela combina melodias tradicionais do seu país com uma grande variedade de estilos como o jazz, a soul, a dub e o afrofunk. A viver actualmente nos Estados Unidos da América, Gigi é casada com o baixista e produtor Bill Laswell, que há seis anos produziu o seu álbum de estreia, disco em que foram introduzidos instrumentos electrónicos e que entre os convidados incluía o célebre David Gilmore. Neste seu segundo trabalho, Gigi cruza harmonias africanas com elementos jamaicanos e indianos e batidas do Ocidente. Um arranjo complexo e moderno de canções de dança e melodias, com muito ritmo e percussão à mistura. São sons menos tradicionais que seguem o caminho de outros fusionistas etíopes. Um álbum que contou com a participação de músicos como o indiano virtuoso do sarangi Ustad Sultan Khan, o mestre da tabla Karsh Kale, o teclista Bernie Worrell, Nils Petter Molvaer, ou dos multi-instrumentistas africanos Abesgasu Shiota, Hoges Habte Aiyb Dieng e Assaye Zegeye.
"Volovolo", Kilema (Madagáscar) - malagasy pop
Kilema em estreia no programa com “Volovolo”, tema retirado do seu segundo álbum a solo “Lavi-Tany” (Longe da Minha Terra), editado em 2003. Neste trabalho, a música do sul do Madagáscar cruza-se com as raízes da Andaluzia. Nada de estranhar, visto que hoje Kilema reside em Encinarejo, perto de Córdoba, juntamente com o seu quarteto, formado pelo irmão e por dois músicos espanhóis. Nascido numa família de músicos na cidade de Toliary, no sudoeste daquele país, e inspirado nas canções de trabalho e do campo, Clément Randrianantoandro, mais conhecido por Kilema, começou por tocar com bandas locais e por construir guitarras de quatro cordas com cabos de travões de bicicleta. Terminada a sua formação, em 1993 o compositor, intérprete e multi-instrumentista muda-se para Paris e integra o Justin Vali Trio, onde tocaria o kabosy (pequeno bandolim de quatro a seis cordas), o katsà (também conhecido como faray, é uma espécie de chocalho fabricado com uma lata, um pau e pequenas pedras) e o marovany (caixa de madeira com doze cordas de arame de cada lado e que produz um som similar ao do valiha), instrumentos característicos da ritmada música tradicional do Madagáscar. Em 1997, juntamente com Nesta Randrianantoandro, Pedro José Delgado Antúnez e Miguel Navarro de Vera, Kilema formava a sua banda, simpaticamente baptizada com o seu próprio apelido. Eles pegam em sons influenciados pela música tradicional do sul de Madagáscar e pelas raízes africanas, a que se juntam diversas sonoridades globais. Uma visão moderna, mas ainda assim genuinamente étnica, com que Kilema deu a conhecer ao mundo a cultura da sua ilha localizada no sul do Índico.
"Toumast", Tinariwen (Mali) - touareg music, rock, blues
A jornada continua com uma viagem até ao deserto pela mão dos Tinariwen e “Toumast” (“identidade”, em tamazight), tema retirado do álbum “Aman Iman” (Água é Vida), gravado em Bamako e editado em 2007. Este clã apareceu em 1982 na Líbia num campo de acolhimento de rebeldes tuaregues (povo nómada descendente dos berberes do norte de África e que vagueia entre a Argélia, o Mali, o Níger e a Líbia), tocando para a comunidade de exilados naquele país e na Argélia. Três jovens encarnam a Ishumaren, a música dos ishumar desempregados, uma geração que sonha com a liberdade e a auto-determinação. São sobretudo melodias tradicionais, inspiradas nas guitarras do norte do Mali ou nos alaúdes (ngoni para os songhai, teherdent para os tuaregues) dos griots, e canções nostálgicas que apelam ao despertar político das consciências e à rebelião da alma. Em 1990, dois elementos dos Taghreft Tinariwen (literalmente, os "reconstrutores dos desertos") integraram o grupo de guerrilheiros separatistas que atacou um posto militar em Menaka, na fronteira com o Níger, inaugurando um novo conflito com o governo do Mali. Seis anos depois, quando a paz chegou finalmente ao sul do Sáara, voltaram-se apenas para a música do seu povo, em geral acompanhada pelo tindé (instrumento de percussão tocado por mulheres) ou pela flauta t’zamârt. Na sonoridade rítmica e harmónica dos Tinariwen, percussores dos blues do deserto, estão presentes também a guitarra eléctrica e a asoüf, solidão característica da poesia tuaregue que, tal como os blues, incorpora um sentimento de desamparo universal.
A jornada continua com uma viagem até ao deserto pela mão dos Tinariwen e “Toumast” (“identidade”, em tamazight), tema retirado do álbum “Aman Iman” (Água é Vida), gravado em Bamako e editado em 2007. Este clã apareceu em 1982 na Líbia num campo de acolhimento de rebeldes tuaregues (povo nómada descendente dos berberes do norte de África e que vagueia entre a Argélia, o Mali, o Níger e a Líbia), tocando para a comunidade de exilados naquele país e na Argélia. Três jovens encarnam a Ishumaren, a música dos ishumar desempregados, uma geração que sonha com a liberdade e a auto-determinação. São sobretudo melodias tradicionais, inspiradas nas guitarras do norte do Mali ou nos alaúdes (ngoni para os songhai, teherdent para os tuaregues) dos griots, e canções nostálgicas que apelam ao despertar político das consciências e à rebelião da alma. Em 1990, dois elementos dos Taghreft Tinariwen (literalmente, os "reconstrutores dos desertos") integraram o grupo de guerrilheiros separatistas que atacou um posto militar em Menaka, na fronteira com o Níger, inaugurando um novo conflito com o governo do Mali. Seis anos depois, quando a paz chegou finalmente ao sul do Sáara, voltaram-se apenas para a música do seu povo, em geral acompanhada pelo tindé (instrumento de percussão tocado por mulheres) ou pela flauta t’zamârt. Na sonoridade rítmica e harmónica dos Tinariwen, percussores dos blues do deserto, estão presentes também a guitarra eléctrica e a asoüf, solidão característica da poesia tuaregue que, tal como os blues, incorpora um sentimento de desamparo universal.
"Namchi Maac", Nour (Espanha) - raï, rock, funk, reggae
Os Nour (“luz”, em árabe) trazem-nos o tema "Namchi Maac", extraído do seu primeiro disco “Papier Mullat” (Papel Molhado), lançado em 2007. Um papel que se converte numa enorme bola de fogo, alimentada por uma fusão de estilos de que resulta uma música para todos os sentidos. A electrónica combina-se então com sonoridades como o reggae, o rock, o funk, o hip-hop, o ska ou o raï, revestidos com letras em catalão, castelhano, francês e árabe. Os Nour foram criados pelo berbere catalão Yacine Belahcene Benet, vocalista dos Cheb Balowski, fazendo parte do grupo Marc Llobera (samplers e teclados), Pablo Potenzoni (bateria), Francisco Guisado “El Rubio” (guitarra), Olalla Castro (voz) e Manolo López (baixo). Produzido por Yacine e Rubio com Pau Guillamet (Guillamino), o primeiro trabalho da banda reflecte sobre a necessidade de ir mais além das palavras, denunciando assim as hipocrisias da sociedade moderna. Uma crítica sonora à intolerância e à desigualdade em que colaboram, entre outros, Joan Garriga (dos La Troba Kung-Fú), Lautaro Rosas (Machalah), Massa Kobayashi (Kultur Shock), Mohamed Souleimane (Orquestra Árabe de Barcelona) ou Pau Llong y Rodrigo (At Versaris).
Os Nour (“luz”, em árabe) trazem-nos o tema "Namchi Maac", extraído do seu primeiro disco “Papier Mullat” (Papel Molhado), lançado em 2007. Um papel que se converte numa enorme bola de fogo, alimentada por uma fusão de estilos de que resulta uma música para todos os sentidos. A electrónica combina-se então com sonoridades como o reggae, o rock, o funk, o hip-hop, o ska ou o raï, revestidos com letras em catalão, castelhano, francês e árabe. Os Nour foram criados pelo berbere catalão Yacine Belahcene Benet, vocalista dos Cheb Balowski, fazendo parte do grupo Marc Llobera (samplers e teclados), Pablo Potenzoni (bateria), Francisco Guisado “El Rubio” (guitarra), Olalla Castro (voz) e Manolo López (baixo). Produzido por Yacine e Rubio com Pau Guillamet (Guillamino), o primeiro trabalho da banda reflecte sobre a necessidade de ir mais além das palavras, denunciando assim as hipocrisias da sociedade moderna. Uma crítica sonora à intolerância e à desigualdade em que colaboram, entre outros, Joan Garriga (dos La Troba Kung-Fú), Lautaro Rosas (Machalah), Massa Kobayashi (Kultur Shock), Mohamed Souleimane (Orquestra Árabe de Barcelona) ou Pau Llong y Rodrigo (At Versaris).
"Worry Lines", Oi Va Voi (Reino Unido) - jewish music, electro, world fusion
Seguem-se os Oi Va Voi (“Oh, Meu Deus!” em hebraico) com “Worry Lines”, tema retirado do álbum do mesmo nome do grupo, editado em 2007. A banda radicada em Londres, cidade onde a herança cultural judaica se combina com os actuais ritmos de dança, apresenta composições próprias e uma mistura de sons globais, originários sobretudo da Europa de Leste e do Mediterrâneo. No final da década de 1990, cinco músicos das comunidades judaicas da capital inglesa decidiram juntar-se num projecto comum, servindo-se de percursos distintos que abrangem não só a música klezmer mas também o jazz, o hip-hop, o rock ou o drum n'bass. Ultrapassadas as atribulações do passado, actualmente a banda é formada por Nik Ammar, Bridgette Amofah, Josh Breslaw, Matt Jury, Steve Levi, Lemez Lovas e Anna Phoebe. Conhecidos pelas suas actuações ao vivo, os Oi Va Voi combinam de forma única a música tradicional dos judeus sefarditas e ashkenazi (judeus europeus) das shtetl (povoações onde estes viviam) e dos ciganos transilvanos com a dub, a breakbeat ou a música urbana londrina. Influências tradicionais do oriente europeu que contam com instrumentos como o clarinete, o violino, o trompete, a guitarra, a bateria, o baixo e a melódica, e que são actualizadas com arranjos electrónicos e letras grande parte das vezes em ladino (língua semelhante ao castelhano, falada pelas comunidades sefarditas em Espanha, nos Balcãs, Próximo Oriente e norte de Marrocos).
"Neda", Schäl Sick Brass Band (Alemanha) - brass band, jazz, folk
Os Schäl Sick Brass Band regressam ao programa com “Neda”, tema extraído do álbum “Tschupun”, lançado em 1999. O grupo constituído por quase uma dezena de elementos surgiu em Colónia, capital cultural da província da Renânia e fortaleza mediterrânica da Alemanha. Um dos muitos emigrantes e visitantes de todo o mundo que a encheram de sons coloridos foi Raimund Kroboth, que em 1977 se instalou na margem direita do Reno. No dialecto local, aquela parte da cidade é conhecida precisamente por "Schäl Sick" (lado errado). Isto porque está do lado contrário à catedral e ao centro de Colónia, e porque é um enclave protestante na católica Renânia. Partindo de uma secção de ritmo que tem por base a tuba, a cítara popular e as percussões, os Schäl Sick Brass Band utilizam o som das fanfarras da região alemã da Bavaria e da Boémia checa para explorarem com inovação e versatilidade a música de outras culturas. Eles combinam elementos de jazz com o rock, o funk, o hip-hop o rap ou a folk. Um universo sonoro influenciado pela Europa central e de Leste e pelo norte de África, onde convivem ritmos cubanos, gregos, latinos, africanos e orientais, e instrumentos de todo o mundo - tavil, kanjira, dhol, dolki, omele, sekere, gangan, thereminvox, entre muitos outros. Um ambiente festivo em que se celebra a música de todo o planeta e onde o lema é "pensar global, soprar local"...
"Previsão", BossaCucaNova feat. Adriana Calcanhoto (Brasil) - bossa nova, samba
Despedimo-nos com a “Previsão” dos BossaCucaNova, tema que conta com a participação da conhecida Adriana Calcanhoto. Um trabalho extraído do terceiro álbum do grupo “Uma Batida Diferente”, gravado em 2004 no lendário bairro de Ipanema. Os BossaCucaNova foram um dos primeiros grupos do Brasil a misturarem diferentes interpretações de géneros tradicionais da música popular brasileira (MPB) como o samba e a bossa nova com uma abordagem às novas tendências electrónicas, reagindo assim à influência crescente destes ritmos latinos na música de dança europeia e norte-americana. Uma fórmula hoje muito em voga no Rio de Janeiro, em São Paulo e noutros centros urbanos daquele país. As recriações do trio, criado em 1999 pelos jovens DJ's e produtores cariocas Marcelinho DaLua, Alexandre Moreira e Márcio Menescal (filho de um dos mestres da bossa nova Roberto Menescal), resultam então de uma ligação pessoal com as tradições musicais do Rio de Janeiro, o que dá à sua música um ritmo e uma alma tipicamente brasileiros, motivos de sobra para o sucesso que o grupo alcançou.
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