
Estes são os novos temas difundidos neste programa:
" Gan Ionndrainn (From E to F)", Paul Mounsey (Escócia) - folktrónica

O escocês Paul Mounsey traz-nos um tema extraído do álbum “City of Walls”, um dos quatro trabalhos que o músico editou enquanto esteve a viver no Brasil. O nome da faixa que serve de mote ao seu último disco baseou-se no livro “Cidade de Muros: Crime, Segregação e Cidadania em São Paulo”, de Teresa Caldeira, obra onde a escritora reflecte sobre o estado da sociedade e da democracia brasileiras. Paul Mousey pega então em amostras da música tradicional escocesa, brasileira e nativa americana, combinando-as com o som da guitarra, dos teclados, da gaita de foles e das flautas, adicionando-lhes ainda uma amostra de precursão japonesa e de sonoridades electrónicas. E apesar da sua ousadia em lidar com um espectro tão vasto de sons, culturas e instrumentos, Paul Mounsey consegue criar um universo musical único e impressionante.
"I Won't Forget My Roots Manensa Asli (Miwawa)", Souad Massi (Argélia) e Daby Touré (Mauritânia) - argelian folk, chaâbi, raï

Considerada a Tracy Chapman do Magreb, Souad Massi cruza os tormentos da música argelina com os prazeres melódicos do Ocidente. Neste tema, extraído do álbum “Mesk Elil”, editado no ano passado, a jovem surge lado a lado com Daby Touré, músico natural da Mauritânia. Na sua infância, Daby Touré divertia-se com os amigos a tocar caixas metálicas ou velhos bidões, altura em que aprenderá a tocar guitarra às escondidas do pai e se deixa impregnar pelas culturas Soninke, Toucouleur e Wolof. Em 1989, os dois mudam-se para França, onde os irmãos de Daby o convidam a juntar-se aos Touré Kunda, grupo liderado pelo pai. Desmarcando-se da música dançável do clã familiar, que mistura o jazz e as influências africanas, Daby Touré envereda por outros caminhos. O músico volta-se agora para as melodias puras e sonoridades novas, cantando em soniké, wolof ou pular. Uma forma de retratar a vida do seu povo e do mundo.
Lemen, Cheb Khaled (Argélia) - raï, chaâbi

Cheb Khaled traz-nos o tema “Lemen”, extraído do seu sétimo e último álbum “Ya Rayi”. Neste trabalho, totalmente em árabe e o primeiro no espaço de quatro anos, Khaled surge com uma orquestração bem ao estilo pop de sucessos anteriores como “Didi”, repetindo o universo festivo e combinando as raízes do raï com o chaâbi, o folclore argelino de cariz mais político e social. O álbum apresenta ainda uma mistura de grooves à americana com ritmos orientais, juntando outros ambientes sonoros como a música árabe-andaluza, o jazz, a bossa nova e o zouk.
Kelle Magni, Cheikh Lô (Senegal, Burkina-Faso) - afropop, mbalax

O tema foi extraído do álbum “Lamp Fall”, editado em 2005. Cheikh Lô vive em Dakar, a capital do Senegal, mas cresceu no Burkina-Faso. A sua música constrói-se a partir da pop característica daquela cidade e dos ritmos mbalax, bem ao estilo do conhecido senegalês Youssou N'Dour, com quem gravou o primeiro álbum em 1995. Cheik Lô foi membro da Orchestre Volta Jazz, a qual tocava sucessos cubanos e congoleses bem como versões pop de músicas tradicionais do Burkina Faso. Em 1978 mudava-se para o Senegal, onde começa por tocar com várias bandas. A música acústica e eléctrica de Cheik Lô, que fez dele uma estrela no Senegal e na Europa, explora ainda elementos de salsa, rumba congolesa, folk e jazz, bem como impulsos de reggae, soukous e um sabor a Brasil.
"Rodopiou", Nazaré Pereira (Brasil) - carimbó, forró, capoeira, maracatu
Nazaré Pereira, que nos trouxe um tema extraído do álbum “Brasil Forró”, editado em 2001, canta os sons do norte e nordeste brasileiro, levando-nos pelos caminhos do forró, carimbo, xaxado, xote, arrasta-pé, frevo, coco, maracatu ou da capoeira. Nesta região, as músicas destacam-se pela sua simplicidade e pela influência de tradições portuguesas e de lendas indígenas locais misturadas com precursões africanas. Os temas da cantora e actriz, que canta também músicas de grandes autores do nordeste brasileiro, descrevem a floresta, a vida e as lendas do Xapuri do Amazonas, sua aldeia natal.
"Night Of The Living Mambo", Mamborama, (Cuba, EUA) - mambo

Os Mamborama, que nos trouxeram o tema “Night Of The Living Mambo”, extraído do álbum do mesmo nome, são um grupo de músicos norte-americanos e cubanos que mistura ritmos modernos cubanos com jazz e influências do rithm & blues. Liderados pelo pianista Bill Wolfer, a sua música baseia-se no son cubano e na descargas, aproximando-se de estilos como o songo e a timba. Aperfeiçoado pelas bandas de dança, o mambo remonta às raízes religiosas afro-cubanas, sendo o nome originário de cultos religiosos congoleses. A palavra provém do dialecto cubano Nañigo, aparecendo na frase “Abrecuto y guiri mambo” (o que quer dizer "Abre os teus olhos e escuta"), usada na abertura dos concursos musicais em Cuba. Altamente influenciado pelas big bands, jazz e dance halls nova-iorquinos, o universo dançante do mambo tem geralmente por protagonistas um conjunto cubano, incluindo um ensemble de voz, trompete e secções de ritmo, as quais se incluem um baixo, uma conga e um pequeno tambor.
Lubenica, Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra (Bósnia Herzegovina) - gypsy technorock

Dona Tresa, Galandum Galundaina (Portugal) - celtic folk

Uah Lúa (Folla Do Visgo), Luar Na Lubre (Espanha) - celtic folk

Os galegos Luar Na Lubre, naturais da Corunha, trazem-nos um tema extraído do seu penúltimo álbum “Hai Un Paraíso”, editado em 2004. Este grupo de música celta, com vinte anos de carreira e nove trabalhos editados, mudou por completo o panorama da música tradicional da Galiza. Isto porque defendem com unhas e dentes a cultura, tradição e música galegas, sem no entanto deixarem de assumir e integrar no seu processo criativo as influências externas, enquadradas pela fraternidade inter-céltica. Os Luar Na Lubre são uma presença constante em muitos festivais em Espanha e na Europa, dando a conhecer uma música que não pretende ser eterna, antes contemporânea.
Es Yamal, Yamal (Espanha) - hip-hop, ethnic

Com o tema extraído do seu primeiro álbum “Y El Cielo Por Encontrar”, editado em 2003, o poeta urbano Yamal traz-nos rimas frescas, sinceras e pessoais, que falam de amor, da família e do meio social. Estas surgem envoltas no universo lírico do hip-hop da capital espanhola, meio que o MC e produtor conheceu aos 12 anos, mas integram algumas surpresas como sons mediterrânicos, árabes e jamaicanos. Um ajuste perfeito entre as palavras e a música, a qual convida a dançar e ao mesmo tempo revela melancolia e tristeza, algo muito próprio das influências de Yamal.
Jorge Costa
Sem comentários:
Enviar um comentário