quinta-feira, 27 de abril de 2006

Emissão #6 - 29 Abril 2006

A sexta emissão do MULTIPISTAS - MÚSICAS DO MUNDO, difundida no sábado, 29 de Abril, entre as 17 e as 18 horas, na Rádio Urbana (Castelo Branco - 97.5 FM; Fundão, Covilhã e Guarda - 100.8 FM), vai de novo para o ar na segunda-feira, 1 de Maio, entre as 19 e as 20 horas.

"Red Sun", Anoushka Shankar
(Índia) - indian music
Anoushka Shankar traz-nos um tema extraído do álbum “Rise”, editado em 2005. Este é o quarto trabalho da jovem mulher com a música indiana no apelido, e aquele em que esta se estreou como compositora, contando com a colaboração de músicos de todo o mundo. Um disco onde Anoushka Shankar se diferencia da tradição clássica do seu pai, o lendário virtuoso da cítara e compositor Ravi Shankar. Anoushka Shankar começou a tocar e estudar a cítara aos nove anos com o progenitor, e aos treze deu o seu primeiro espectáculo em Nova Deli, ano em que participa na gravação do disco de Ravi Shankar “In Celebration”. Actualmente dá concertos a solo na Europa, América e Ásia, tocando em todo o mundo com o ensemble do seu pai.

"Jumpin'Jack Flash", Ananda Shankar (Índia) - indian funk, chill-out
Regressamos às origens e sacudimos o pó ao melhor álbum de funk indiano de sempre. Neste seu primeiro trabalho, editado em 1970, Ananda Shankar junta originais da música clássica indiana com covers de temas populares como este “Jumpin’Jack Flash”, dos Roling Stones, tendo a cítara como base sonora. Falecida em 1999, Ananda Shankar era conhecida por cruzar estilos musicais do ocidente com o oriente, indo do funk entusiasta ao mais fino chill-out. Nos anos 60 foi até Los Angeles, onde tocou com músicos como Jimi Hendrix. Mais tarde acrescenta a guitarra eléctrica e os sintetizadores analógicos a instrumentos de percussão asiáticos como a tabla ou o mridangam. O reconhecimento no ocidente viria em meados dos anos 90, quando trabalha com reconhecidos DJ’s do Reino Unido, que enriquecem o seu vocabulário musical com a breakbeat e o hip-hop.

"Voodoo Woman", Koko Taylor & Mighty Joe Young (EUA) - blues
A rainha dos blues traz-nos um tema extraído do álbum “I Got What It Takes”, editado em 1975. Conhecida por Koko Taylor, a norte-americana Cora Wilson começou a sua carreira no Tenessee como intérprete gospel, mas aos 18 anos, depois de ter ouvido os discos de B. B. King, muda-se para Chicago onde se dedicaria ao blues, destacando-se pela sua voz poderosa e crua. Neste tema, a voodoo woman surge lado a lado com um dos mais conhecidos bluesmens e músicos de R&B de Chicago nos anos 50 e 60. Natural do Louisiana, em 1956 Mighty Joe Young junta-se aos Howlin’Wolf, trabalhando mais tarde com Jimmy Rogers, Billy Boy Arnold e Otis Rush. Nos anos 70 alcança o sucesso internacional, mas uma cirurgia a um nervo no pescoço leva-lhe parte da destreza e precisão no manuseio da guitarra, deixando no entanto intacta a sua voz. Desde então que Mighty Joe Young se apresenta ao público como um cantor contemporâneo de soul e blues.


"Pirulino", Los Golden Boys (Colombia) - salsa colombia
A salsa colombiana com os Golden Boys, grupo formado em 1961 pelo músico Pedro Garces. No início eles começaram por enveredar pelos populares sons do twist e por ritmos da costa atlântica como o elevado. O sucesso e a popularidade que alcançaram permitiram-lhes gravar covers de temas como o corrido colombiano “El Baile del Pirulino” originalmente interpretado por Calixto Ochoa, o rei do Vallenato. Esta versão, até hoje a mais conhecida do tema, foi gravada em 1960. Apesar da morte prematura de Pedro Garces, em 2001 os Golden Boys regressavam ao estúdio graças ao reconhecimento de um dos seus êxitos do passado – precisamente “Pirulino” –, e que acabaria por integrar a banda sonora da telenovela colombiana mais conhecida de sempre: “Pedro El Escamoso”, a qual fez sensação em todos os países onde chegou a febre de Pedro Coral.


"Balancê", Sara Tavares (Portugal) - afropop
No seu último trabalho de originais, em que participam também os músicos Melo D e Ana Moura, Sara Tavares estabelece uma ponte musical entre Cabo Verde, Brasil e Portugal. Entretanto, a cantora e compositora continua em digressão pela Europa: a 2 de Maio estará em Amsterdão, na Holanda, e a 12 de Maio em Las Palmas, em Espanha. No nosso país actua a 7 de Maio na Trofa e a 5 de Junho sobe ao palco do Casino Estoril. Poucos estarão recordados, mas Sara Tavares, que faz parte da segunda geração de imigrantes cabo-verdianos e cresceu entre duas culturas, tinha apenas 16 anos quando venceu dois dos mais prestigiados concursos musicais da televisão portuguesa. Inicialmente conhecida como intérprete de gospel, funk e soul, pouco a pouco foi incorporando nas suas composições os ritmos da música africana, misturando-os com a pop melódica. No álbum “Balancê”, lançado em Portugal em Novembro e em Fevereiro no resto da Europa, Sara Tavares combina de forma subtil a música contemporânea com as suas raízes. São “canções de embalar, para levantar a moral”, como ela própria diz, celebrando os ritmos africanos com o swing no pé…

Extras ...↓
VIDEOCLIP
ENTREVISTA

"Tsy Zanaka Mpanarivo", Jaojoby (Madagáscar) - salegy
Jaojoby apresenta-nos um tema extraído do álbum “Malagasy”. O rei do salegy e pioneiro na matéria é o mais conhecido intérprete daquele que é o género de música mais popular do Madagáscar. Nascido na era da música pop, no final dos anos 60, o salegy é um ritmo ternário eléctrico e dançável, conduzido ao som da guitarra, que evoluíu das tradições dos povos Sakalava e Tsimihety na costa norte do país à medida que estes foram assimilando instrumentos ocidentais amplificados, em particular junto a cidades portuárias como Diego Suarez e Mahajunga.

"Nemae Hliba - Spivai!", Haydamaky (Ucrânia) - carpathian ska, ukranian dub machine, hutzul punk
Os ucranianos Haydamaky levam-nos pelos caminhos do ska das montanhas dos Cárpatos, do reggae, do punk hutzul e da dub machine, misturando-os com a folk ucraniana. Após o colapso da União Soviética e a independência da Ucrânia, um grupo de estudantes criou a banda Aktus, que rapidamente conquistou um lugar de destaque no underground musical de Kiev. No início do novo século, em honra à rebelião histórica do século XVIII, mudaram o nome para Haydamaky. Para além dos espectáculos que têm feito em toda a Europa de Leste, em 2004 apoiaram a revolução laranja que mobilizou a Ucrânia, tendo um dos seus temas sido muito rodado nas estações de rádio alternativas. No seu terceiro álbum “Ukraine Calling”, editado este ano e em que se dão a conhecer ao ocidente, os Haydamaky combinam raízes ucranianas com standards europeus. E como podemos confirmar no tema “Nemae Hliba – Spivai!” (Canta, mesmo que não tenhas pão!), a sua música é caracterizada por energia turbulenta e por uma montanha russa de melodias.

"Ta Travudia [The Rootsman Remix]",
Rosapaeda (Itália) - pizzica, dub, reggae
Rosapaeda traz-nos uma pizzica remisturada pelo DJ The Rootsman e extraída do álbum “In Forma Di Rosa”, editado em 2001. No seu segundo trabalho de originais, a cantora italiana, cujo verdadeiro nome é Antonella di Domenico, presta homenagem às raízes culturais do sul de Itália e ao poema de Pier Paolo Pasolini que dá título ao álbum, intelectual de esquerda italiano que viajava constantemente até áquela região. Rosapaeda, originária da cidade de Bari, habituou-se a cantar desde pequena com a irmã. No seu estilo foi incorporando sonoridades provenientes das melodias tradicionais do sul de Itália, África e Balcãs, mas foi o reggae que a levou a formar a banda Different Stylee. Depois das primeiras incursões no universo da dub, avançava até ao reportório de origem grega da cidade de Salento. Quer se tratem de registos mais enérgicos ou calmos, cantados em italiano ou em dialectos menos comuns como o greco-salentino, Rosapaeda projecta os seus sentimentos através da voz, um talento que ganha força com os arranjos do acordeonista e compositor Eddi Romano.

"Glenuig Hall: Glenuig Hall/The Wrong Box", Shooglenifty (Escócia) - progressive celtic music
Os visionários Shooglenifty trazem-nos um tema extraído do seu quarto álbum “The Arms Dealer’s Daughter”. A música celta continua a cativar os ouvidos e os corações de muitas gerações, revelando um universo de melodias para dançar e ouvir e de canções de trabalho, as quais reflectem sempre a alegria e a tristeza. Nos últimos anos, este panorama sonoro explodiu em todas as direcções, assimilando géneros como o jazz, o rock, o R&B ou a música electrónica. E é precisamente isso que os Shooglenifty fazem ao criarem ritmos hipnotizantes que não deixam escapar ninguém da pista de dança. É que para além da música celta, estes alquimistas musicais são influenciados pela electrónica acústica e pelo rock progressivo.

"Paralaia",
Xosé Manuel Budiño (Espanha) - folk, celtic music
De novo Xosé Manuel Budiño, que nos traz o tema “Paralaia”, extraído do álbum do mesmo nome, editado em 1997. Neste disco, o primeiro a solo do músico galego, Xosé Manuel Budiño é acompanhado pelo violinista bretão Jacky Molard; por Mercedes Peón, uma das melhores vozes femininas da Galiza; pelo guitarrista da Bretanha Soig Siberil; e por Kepa Junkera, o virtuoso da trikitixa, o acordeão diatónico basco.



"Je Ne Suis Qu'Attardé", Bell Œil (França) - rock musette
Os Bell Œil são uma banda natural de Angers, liderada pelo cantor e acordeonista Christophe Bell Œil, os quais cruzam o rock com a parisiense bal musette, dando lugar a um ambiente sonoro a que se consignou chamar de rock musette. Conforme se pode ouvir numa das frases do tema “Je Ne Suis Qu’Attardé”, esta música é um bom exemplo da visão pessimista adoptada por alguns autores da cena musical francesa: "Diz-me, mamã, porque é que tornaste a minha vida uma confusão?".


Jorge Costa

1 comentário:

worldwide disse...

Olá,

Foi um prazer encontrar este blog fiquei a conhecer programas que nem sabia que existiam....já agora convido a visitar o myspace e blog de uma jovem e talentosa cantora de origem cabo-verdiana chamada Carmen Souza que tem vindo a recolher excelentes criticas worldwide passado completamente despercebida em Portugal: www.carmensouza-uk.blogspot.com, www.myspace.com/carmensouza