"Galileo", Claire Pelletier (Canadá) - celtic music

"Granny: Granny In The Attic/Blue Ball/The False Proof", Flook (Reino Unido, Irlanda) - celtic music, folk-rock

"Medraína", Xéliba (Espanha) - asturian folk, celtic music

"Jánoska", Transsylvanians (Alemanha) -

Para já viajamos até ao universo sonoro dos Transsylvanians, com o tema “Jánoska”, extraído do álbum “Igen!”, editado em 2004. Uma banda sedeada em Berlim, na Alemanha, mas que toca música húngara. Algo estranho num grupo maioritariamente formado por músicos russos e alemães (são eles Szilvana, András Tiborcz, Isabel Nagy, Thomas Leisner, Andreas Hirche e Hendrik Maaß). Em alusão ao país imaginário que é a Transilvânia, a banda escolheu este nome por ele reflectir uma música feita por gente de diferentes países e vivências culturais. Ao criarem a sua própria tradição, os Transsylvanians misturam a enérgica folk de dança húngara com o punk-rock, o techno, o rap, a pop, o ska, o chill out e a música cigana, produzindo um som que se apresenta como novo modelo do speed-folk húngaro. Aos temas que falam do do seu país, do amor, da inveja, da guerra e da paz, juntam-se-lhes a guitarra, o violino e uma explosão de percussões que convidam à dança e fazem com que os concertos dos Transsylvanians sejam um sucesso em toda a Europa. Tradicional ou não, apenas fica a certeza de que se trata de música húngara, ou melhor, de música da Transilvânia.
"Pena", Šaban Bajramović (Sérvia) - gypsy musicA viagem musical continua com uma passagem pela Sérvia através do tema “Pena”, estraído do álbum “Šaban Bajramović – A Gypsy Legend”, lançado em 2001. Šaban Bajramović é um dos expoentes máximos da cultura romani e da música cigana em todo o mundo. Natural de Nis, na antiga Jugoslávia, aos 19 anos ele foge do exército e é preso na ilha Goli Otok, situada no mar Adriático. Naquela que seria a sua universidade, Bajramović torna-se guarda-redes na equipa de futebol, passando a ser chamado de "Pantera Negra" devido à sua agilidade e velocidade. Junta-se então à orquestra da prisão, onde toca sobretudo jazz de Armstrong, Sinatra e John Coltrane e peças espanholas e mexicanas. De regresso à liberdade, Bajramović inaugura uma intensa carreira musical. Em 1964 grava o primeiro disco, tendo desde então lançado cerca de 20 LP’s e 50 singles e feito mais de 650 composições. Com a sua primeira fortuna comprou um Mercedes e contratou dois guarda-costas, mas depressa o vício do jogo lhe levou toda a riqueza. Durante 20 anos teve o seu próprio grupo, os “Black Mamba”, entretanto foram convidados por Indira Ghandi para irem até à Índia, onde Bajramović seria proclamado rei absoluto da música cigana. Uma espécie de mistura entre Tito e Elvis, mas com sapatos toscos e uma garrafa no bolso. Com o passar dos anos, Šaban Bajramović muda de estilo, de grupo e de mulher, perdendo parte do glamour, mas a sua voz permanece inalterada. Ele participou em filmes de Paskaljevic e Kusturica e colaborou com músicos inspirados por ele como o famoso Goran Bregovic, que adaptou o génio de Saban aos gostos do mercado.
"Shiva's Daughter", Arling & Cameron (Holanda) - pop, drum'n'bass, bossa novaA jornada prossegue com os holandeses Arling & Cameron e o tema “Shiva’s Daughters”, extraído do álbum “Music For Imaginary Films”, editado em 2000. Depois de anos de obscuridade a desenvolverem temas para as pistas de dança, as músicas destes jovens de Amsterdão, tão ecléticos que nem chegam a ser uma banda, entraram finalmente nos ouvidos do mundo. O DJ Richard Cameron e o músico Gerry Arling fundem então passado e presente numa visão do futuro em harmonia com o ambiente clubpop que emergiu em Tóquio na década de 90. O seu arranque como duo acontece em 1997, num álbum em que absorviam mais géneros e ritmos. Entre outros, chegam a colaborar com o músico brasileiro Bebel Gilberto ou os japoneses Pizzicato Five e Cornelius. O momento alto das suas carreiras surge quando Cameron grava com os Fantastic Plastic Machine uma música para o filme “Austin Powers, The Spy Who Shagged Me”. Um potencial melódico que seria aproveitado por Hollywood e pelos publicitários de todo o mundo, acabando por ser utilizado em filmes como 'Gun Shy' (com Sandra Bullock e Liam Neeson) ou em séries de televisão como “Popular” (Warner Channel) e “Sopranos” (HBO). No seu álbum conceptual “Music for Imaginary Films”, recheado de pop, drum'n'bass, bossa nova, funk e lounge exótica, Arling & Cameron procuram reinventar as tradicionais bandas sonoras, associando cada música a um filme imaginário de um género específico – neste caso o universo de Bollywood –, levando a cabo uma aventura musical séria e com humor. Um projecto que lhes permitiu ganhar o prémio holandês “Big Pop” e serem convidados pelo canal americano SciFi para participarem no documentário “Sciography”.
"Limbe", S-Tone Inc. (Itália) - bossa nova, soul, latin jazzOs S-Tone Inc apresentam-nos o tema “Limbe”, extraído do álbum “Sobrenatural”. Este projecto musical, criado em 1992 pelo milanês Stefano Tirone, foi um dos pioneiros no universo do acid jazz. As primeiras experiências musicais deste músico italiano, que para trás deixou a arquitectura e o design interior, remontam à new wave da década de 80 com grupos como “State of the Art” ou “Modo”. As suas referências vão da soul de Isaac Hayes ao jazz de Miles Davis. Stefano Tirone, que está presente em compilações lançadas pelo magazine Rockerilla, começou a produzir música nos anos 90, alternando entre o smooth house e o acid jazz. Uma actividade que lhe permitiu colaborar com muitos DJ’s italianos e ingleses, realizando trabalhos que antecipariam o uso de amostras de som de discos dos anos 70 na house music. Neste seu terceiro álbum, editado em 2002, os S-Tone Inc. refinam o seu estilo feito de melodias e harmonias com um sabor francês e ritmos enraizados no Brasil. Uma atmosfera boémia capturada entre Paris e o Rio de Janeiro e carregada de guitarras, flautas e acordeão, que nos leva pelos caminhos da bossa nova, da soul, do jazz latino, do smooth house ou do electro funk. Este disco contou ainda com a participação de Marion Marioni, cujo saxofone soprano nos leva de volta aos anos 70, e com a voz de Laura Fedele.
"El Carretero", Barrio Cubano de Ronald Rubinel (Cuba, França) - salsa, fusion rap, hip-pop salsaContinuamos estrada fora com a melhor música do mundo, desta feita ao ritmo da música popular cubana. Barrio Cubano é um apanhado dos grandes clássicos da música daquele país, regravados pelos melhores rappers cubanos e remixados por Ronald Rubinel, um produtor parisiense cuja obcessão mais recente consiste em misturar a salsa latina e a folk franco-caribenha com os sons da pop, do hip-hop e do rap. No tema "El Carretero" (o condutor de carroças) são também visíveis elementos da guitarra classica utilizada na guajira, um estilo acústico cubano que surgiu no início do século XX.
"O Beta O Siba", Richard Bona (Camarões) - afropopRichard Bona fecha o programa com o tema “O Beta O Siba”, extraído do álbum “Tiki”, editado em 2005. O multi-instrumentista e compositor, nascido nos Camarões, cedo despertou para a música. Como na sua vila natal não havia uma loja de instrumentos, este teve de utilizar cabos de travões de bicicleta para fazer as cordas da sua primeira guitarra artesanal. Mais tarde, na década de 80, Richard Bona despertava para o mundo do jazz e começava a tocar baixo. Vai então para Paris, onde aperfeiçoa as suas capacidades de escrever e tocar música, até que em 1995 tenta a sua sorte em Nova Iorque. Este contador de histórias mistura as suas raízes musicais africanas com a sensibilidade do jazz, os ritmos afro-cubanos e a pop anglo-saxónica. Um aglomerado de influências que Richard Bona combina neste trabalho com uma voz suave e expressiva, de onde escapa doçura e nostalgia.
Sem comentários:
Enviar um comentário