"Colonie", Red Cardell (França) - folk-rock
Os Red Cardell a abrirem mais uma emissão com “Colonie”, tema retirado do álbum “Sans Fard”, sétimo trabalho do grupo, editado em 2003. Originários da cidade francesa de Quimper, eles são uma das mais conhecidas bandas tradicionais da Bretanha. O grupo, formado em 1992 e de que hoje fazem parte Jean-Pierre Riou, Jean-Michel Moal e Manu Masko, começou por tocar em bares. Surgidos no movimento do rock bretão, e à margem da nova vaga celta, os Red Cardell decidiram então fundir as danças e os cantos tradicionais da Bretanha com ritmos da Europa de Leste, da América do Sul ou do norte de África. Uma viagem em que géneros como a folk berbere e ucraniana, o tango, o reggae, a dub, o funk ou o java se juntam com influências diversas que vão do punk-rock anglo-saxónico ao rap e ao techno. Geografias sonoras à mistura com textos poéticos em inglês e francês, os quais abordam temas recorrentes no blues, na chanson française ou no gwerz (canto bretão a capella onde se aborda o quotidiano). Um ambiente festivo multi-étnico que tem por base instrumental o acordeão, a bombarda bretã, a flauta, as guitarras acústica e eléctrica, a bateria ou os sintetizadores.
"Areias de Sal", Júlio Pereira (Portugal) - folk, acoustic, fusion
As músicas do mundo prosseguem com Júlio Pereira e "Areias de Sal", tema que integra o seu último álbum “Geografias”, lançado em 2007. Um conjunto de inéditos instrumentais baseados em memórias de viagens e experimentações sonoras, resultado da combinação entre bandolim, guitarra portuguesa, viola braguesa, bouzouki e sintetizadores. Depois de muitos anos ligado ao cavaquinho, Júlio Pereira volta-se agora para outro cordofone pequeno, o bandolim, instrumento que o acompanha desde a infância. São sons tradicionais portugueses à mistura com ritmos africanos e orientais, num trabalho que conta com as vozes de Sara Tavares, Isabel Dias (grupo minhoto Raízes) e Marisa Pinto (Donna Maria), bem como Miguel Veras na viola acústica e guitarra e Bernardo Couto na guitarra portuguesa. Júlio Pereira estreou-se no rock com grupos como os Petrus Castrus e os Xarhanga. Da inovação musical dos anos 60/70, à revitalização dos instrumentos tradicionais, a partir dos anos 80/90 Júlio Pereira associou-os a soluções acústicas contemporâneas. Ao longo de mais de três décadas de carreira, o multi-instrumentista, compositor e produtor tem colaborado com músicos como Carlos do Carmo, Amélia Muge, Pedro Burmester, Eugénia Melo e Castro, Zeca e João Afonso, José Mário Branco, Jorge Palma, Janita Salomé ou Fausto, bem como os The Chieftains, Pete Seeger, Kepa Junkera, Xosé Manuel Budiño, Uxia ou Na Lúa.
"La Caverne", Claire Pelletier (Canadá) - celtic music
Claire Pelletier de novo no programa, desta feita com “La Caverne”, uma composição que nos remete para a conhecida alegoria de Platão. O tema faz parte do álbum “En Concert Au St-Denis”, gravado ao vivo em Outubro de 2002 no teatro Saint-Denis, em Montreal, no Canadá. Desde muito pequena que a rapariga da voz azul-marinho, baptizada de Claire La Sirène (A Sereia) se deixou fascinar pelos contos, lendas e canções tradicionais do Quebeque, província onde 80 por cento da população é de descendência francesa. Aos 24 anos, a jovem trocava o curso de oceanografia pela música, surgindo inicialmente ao lado do grupo Tracadièche. Depois de ter dado a conhecer “Galileo” no Quebeque e na Europa francófona, neste álbum Claire Pelletier, o músico e seu marido Pierre Duchesne e o compositor Marc Chabot misturam as músicas dos álbuns “Murmures d'Histoire” (1996) e “Galileo” (2000), ligando a inspiração medieval, a alma céltica, as melodias tradicionais e as lendas da antiguidade. Um espectáculo em que o duo harmónico combina o piano, o violino, a viola e o contrabaixo com sons electrónicos. Como a vela de um barco, a voz envolvente e suave de Claire Pelletier iça-se, estica-se e apoia-se sobre o vento.
"Bajjan", Youssou N'Dour (Senegal) - mbalax, afropop
A jornada continua com Youssou N'Dour e o tema “Bajjan”, retirado do álbum “Rokku Mi Rokka” (Apanhar e Levar), editado em 2007. Trabalho onde o mais famoso cantor senegalês se aproxima dos cantos religiosos sufi, das percussões dos griots e dos sons do norte do Senegal, num apelo à paz, tolerância e valorização do continente africano. No final dos anos 70, o autor, intérprete e músico, que aprendeu a cantar com a mãe, formava com o cantor El Hadj Faye os L'Etoile de Dakar, e em 1981 os Le Super Étoile de Dakar. Cruzando os ritmos sincopados do mbalax senegalês com a pop internacional, numa fusão que inclui o jazz, a soul e arranjos afro-cubanos, o “rouxinol de Dakar” depressa cativou o público ocidental sem no entanto abdicar das suas raízes, conquistando o estatuto de embaixador da música africana. Nos seus temas em wolof e inglês, Youssou N’Dour retrata o mundo da pobreza, da emigração ou os valores culturais africanos. Um dos mais conhecidos a nível global é “Seven Seconds”, gravado com Neneh Cherry. Através da música, Youssou N'Dour pretende quebrar o silêncio das crianças que sofrem e abraçar as causas humanitárias. Da fundação com o seu nome aos concertos em benefício da Amnistia Internacional, o embaixador da boa vontade para as Nações Unidas e para a UNICEF tem por isso mesmo colaborado com músicos como Peter Gabriel, Axelle Red, Sting, Alan Stivell, Bran Van 3000, Wyclef Jean, Paul Simon, Bruce Springsteen, Tracy Chapman, Branford Marsalis, Ryuichi Sakamoto ou o camaronês Manu Dibango.
A jornada continua com Youssou N'Dour e o tema “Bajjan”, retirado do álbum “Rokku Mi Rokka” (Apanhar e Levar), editado em 2007. Trabalho onde o mais famoso cantor senegalês se aproxima dos cantos religiosos sufi, das percussões dos griots e dos sons do norte do Senegal, num apelo à paz, tolerância e valorização do continente africano. No final dos anos 70, o autor, intérprete e músico, que aprendeu a cantar com a mãe, formava com o cantor El Hadj Faye os L'Etoile de Dakar, e em 1981 os Le Super Étoile de Dakar. Cruzando os ritmos sincopados do mbalax senegalês com a pop internacional, numa fusão que inclui o jazz, a soul e arranjos afro-cubanos, o “rouxinol de Dakar” depressa cativou o público ocidental sem no entanto abdicar das suas raízes, conquistando o estatuto de embaixador da música africana. Nos seus temas em wolof e inglês, Youssou N’Dour retrata o mundo da pobreza, da emigração ou os valores culturais africanos. Um dos mais conhecidos a nível global é “Seven Seconds”, gravado com Neneh Cherry. Através da música, Youssou N'Dour pretende quebrar o silêncio das crianças que sofrem e abraçar as causas humanitárias. Da fundação com o seu nome aos concertos em benefício da Amnistia Internacional, o embaixador da boa vontade para as Nações Unidas e para a UNICEF tem por isso mesmo colaborado com músicos como Peter Gabriel, Axelle Red, Sting, Alan Stivell, Bran Van 3000, Wyclef Jean, Paul Simon, Bruce Springsteen, Tracy Chapman, Branford Marsalis, Ryuichi Sakamoto ou o camaronês Manu Dibango.
"Ndongoy Daara", Orchestra Baobab (Senegal) - afropop, afrobeat, salsa
A Orchestra Baobab estreia-se no programa com "Ndongoy Daara", um protesto contra a corrupção escrito por Laye Mboup, músico cuja sonoridade inspirou os primeiros êxitos da banda. A música faz parte do disco “Specialist In All Styles”, gravado em Londres e lançado em 2002. Primeiro álbum da Orchestra Baobab depois de duas décadas de inactividade, produzido por Youssou N'Dour e Nick Gold, e onde são convidados Ibrahim Ferrer (dos Buena Vista Social Club) e Thio M'Baye. Recorde-se que o grupo se dissolveu em 1987, depois de o percussivo mbalax se ter tornado mais popular do que a sua melódica pop senegalesa. Neste trabalho, a Orchestra Baobab, que a 24 de Julho vai estar no Festival de Músicas do Mundo de Sines, recupera o espírito de fusão que a celebrizou. Surgidos em Dakar em 1970 na inauguração do Baobab Club, a banda, cujo nome se refere à majestosa árvore da savana, foi formada em grande parte por veteranos da Star Band. Balla Sidibe, Rudy Gomis, Ndiouga Dieng, Assane Mboup, Medoune Diallo, Barthélemy Attisso, Issa Cissoko, Thierno Koite, Latfi Ben Geloune, Charlie N'Diaye e Mountaga Koite misturam sons tradicionais da África Ocidental com a música cubana e caribenha (son, pachanga, salsa ou bolero) e com a pop ocidental. As melodias crioulas portuguesas, do Togo e Marrocos, a rumba congolesa ou o high life ganês são então adaptados às influências wolof da cultura griot do norte do Senegal, às harmonias mandinga da região de Casamance e às percussões do sul do país.
A Orchestra Baobab estreia-se no programa com "Ndongoy Daara", um protesto contra a corrupção escrito por Laye Mboup, músico cuja sonoridade inspirou os primeiros êxitos da banda. A música faz parte do disco “Specialist In All Styles”, gravado em Londres e lançado em 2002. Primeiro álbum da Orchestra Baobab depois de duas décadas de inactividade, produzido por Youssou N'Dour e Nick Gold, e onde são convidados Ibrahim Ferrer (dos Buena Vista Social Club) e Thio M'Baye. Recorde-se que o grupo se dissolveu em 1987, depois de o percussivo mbalax se ter tornado mais popular do que a sua melódica pop senegalesa. Neste trabalho, a Orchestra Baobab, que a 24 de Julho vai estar no Festival de Músicas do Mundo de Sines, recupera o espírito de fusão que a celebrizou. Surgidos em Dakar em 1970 na inauguração do Baobab Club, a banda, cujo nome se refere à majestosa árvore da savana, foi formada em grande parte por veteranos da Star Band. Balla Sidibe, Rudy Gomis, Ndiouga Dieng, Assane Mboup, Medoune Diallo, Barthélemy Attisso, Issa Cissoko, Thierno Koite, Latfi Ben Geloune, Charlie N'Diaye e Mountaga Koite misturam sons tradicionais da África Ocidental com a música cubana e caribenha (son, pachanga, salsa ou bolero) e com a pop ocidental. As melodias crioulas portuguesas, do Togo e Marrocos, a rumba congolesa ou o high life ganês são então adaptados às influências wolof da cultura griot do norte do Senegal, às harmonias mandinga da região de Casamance e às percussões do sul do país.
"Domschottis", Garmarna (Suécia) - folk-rock
Os suecos Garmarna regressam ao programa com “Domschottis”, tema extraído do álbum “Vittrad” ("Withered", em inglês), lançado em 1994. A banda surgiu quatro anos antes, depois de três jovens suecos de Sundsvall - Gotte Ringqvist, Stefan Brisland-Ferner e Rickard Westman – terem ficado impressionados com a componente musical de uma representação do clássico ”Hamlet“, de Shakespeare. Inspirados pela velha música sueca, estes começaram então a procurar antigas melodias e instrumentos. O grupo, a que hoje se junta Emma Härdelin, canta velhas lendas da música tradicional do seu país, falando de bruxas más, madrastas tenebrosas e de princesas indefesas. Convém explicar que na mitologia sueca os Garmarna eram os cães que guardavam a porta do inferno. Uma imagem metafórica que se transpõe facilmente para os cenários sonoros criados por este quinteto, que oscila entre as estéticas anglo-saxónicas e os ambientes da música tradicional sueca. No entanto, os Garmarna não fazem questão de perpetuar tradições. O que eles procuram é antes um som único, influenciado pelo rock, e que misture a instrumentação antiga - das harpas e violinos às sanfonas e guitarras - com sequenciadores, amostras de batidas e sons distorcidos.
"Höglorfen", Hendingarna (Suécia) - swedish folk, ethno-punk
Seguem-se os Hedningarna com “Höglorfen”, tema retirado do álbum “Hippjokk”, editado em 1997. Trabalho onde o ressurgido ensemble musical, agora já sem o canto yoik/juoiggus das finlandesas Sanna Kurki-Suonio e Anita Lehtola, tem por convidados o finlândes Wimme Saari, o norueguês Knut Reiersrud, bem como Johan Liljemak, Ola Bäckström e Ulf Ivarsson. Das incursões pelo mundo do rock à pop e ao techno, os Hedningarna (em sueco, “hedning” significa "pagão") misturam sonoridades contemporâneas com elementos da música tradicional nórdica. Temas que a banda, formada em 1987 e da qual hoje fazem parte Anders Skate Norudde, Hållbus Totte Mattsson, Christian Svensson e Magnus Stinnerbom, reinterpreta de forma livre e inventiva, juntando-lhe ainda percussões acústicas e electrónicas. Para isso, servem-se de antigos instrumentos de vários países do norte da Europa, e não só, como a moraharpa (versão medieval da nyckelharpa, harpa tradicional sueca, semelhante a um violino com teclas), a stråkharpa (lira nórdica de arco), o lagbordun, o hummel (cordofone sueco, da família da cítara e semelhante ao norueguês langeleik), a mandora (cordofone da família do alaúde), o oud (alaúde árabe), a sanfona, a guitarra barroca, a flauta transversal, o violino, a gaita sueca, o acordeão, o didgeridoo e o pandeiro.
Os suecos Garmarna regressam ao programa com “Domschottis”, tema extraído do álbum “Vittrad” ("Withered", em inglês), lançado em 1994. A banda surgiu quatro anos antes, depois de três jovens suecos de Sundsvall - Gotte Ringqvist, Stefan Brisland-Ferner e Rickard Westman – terem ficado impressionados com a componente musical de uma representação do clássico ”Hamlet“, de Shakespeare. Inspirados pela velha música sueca, estes começaram então a procurar antigas melodias e instrumentos. O grupo, a que hoje se junta Emma Härdelin, canta velhas lendas da música tradicional do seu país, falando de bruxas más, madrastas tenebrosas e de princesas indefesas. Convém explicar que na mitologia sueca os Garmarna eram os cães que guardavam a porta do inferno. Uma imagem metafórica que se transpõe facilmente para os cenários sonoros criados por este quinteto, que oscila entre as estéticas anglo-saxónicas e os ambientes da música tradicional sueca. No entanto, os Garmarna não fazem questão de perpetuar tradições. O que eles procuram é antes um som único, influenciado pelo rock, e que misture a instrumentação antiga - das harpas e violinos às sanfonas e guitarras - com sequenciadores, amostras de batidas e sons distorcidos.
"Höglorfen", Hendingarna (Suécia) - swedish folk, ethno-punk
Seguem-se os Hedningarna com “Höglorfen”, tema retirado do álbum “Hippjokk”, editado em 1997. Trabalho onde o ressurgido ensemble musical, agora já sem o canto yoik/juoiggus das finlandesas Sanna Kurki-Suonio e Anita Lehtola, tem por convidados o finlândes Wimme Saari, o norueguês Knut Reiersrud, bem como Johan Liljemak, Ola Bäckström e Ulf Ivarsson. Das incursões pelo mundo do rock à pop e ao techno, os Hedningarna (em sueco, “hedning” significa "pagão") misturam sonoridades contemporâneas com elementos da música tradicional nórdica. Temas que a banda, formada em 1987 e da qual hoje fazem parte Anders Skate Norudde, Hållbus Totte Mattsson, Christian Svensson e Magnus Stinnerbom, reinterpreta de forma livre e inventiva, juntando-lhe ainda percussões acústicas e electrónicas. Para isso, servem-se de antigos instrumentos de vários países do norte da Europa, e não só, como a moraharpa (versão medieval da nyckelharpa, harpa tradicional sueca, semelhante a um violino com teclas), a stråkharpa (lira nórdica de arco), o lagbordun, o hummel (cordofone sueco, da família da cítara e semelhante ao norueguês langeleik), a mandora (cordofone da família do alaúde), o oud (alaúde árabe), a sanfona, a guitarra barroca, a flauta transversal, o violino, a gaita sueca, o acordeão, o didgeridoo e o pandeiro.
"El Capitán", The Cuban Cowboys (EUA) - spanglish indie rock, son, montuno
Despedimo-nos com “El Capitán” dos The Cuban Cowboys, tema retirado do seu álbum de estreia “Cuban Candles”, editado em 2007. Uma canção onde o grupo fala sobre um marinheiro mulherengo sempre ausente de casa, com filhos em todo o lado, e uma vida recheada de degradação e violência. Trabalho que é uma amálgama de influências culturais, cruzadas com histórias sobre o exílio cubano, a imigração dos pais para os Estados Unidos, as expectativas e os sonhos desfeitos ou ainda sobre a reconciliação destes jovens com as duas culturas a que pertencem. À voz de Jorge “Hialeah” Navarro juntam-se então a guitarra de Luca “iLL Postino” Benedetti, o baixo de Angeline “Diamante En Bruto” Saris e as percussões de Andy “Chulito Del Fuego” Sanesi. O resultado é um cruzamento dos cubanos son e montuno, géneros tradicionais a que os The Cuban Cowboys adicionam uma mistura explosiva feita de punk e rock latino. Formados em Brooklyn em 2000 e extremamente populares nos clubes de Nova Iorque e São Francisco, eles consideram-se a maior banda de surf rock cubano, definição adequada à sua mescla algo absurda, mas sempre bem disposta, de ritmadas melodias em “espanglês”. Sons que os próprios The Cuban Cowboys situam algures entre as coordenadas musicais dos Buena Vista Social Club, dos The Pixies, de Ricky Ricardo ou de Tom Waits.
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