"Sun", Kroke (Polónia) - klezmer, jazz fusion, folk

"Tarantainas De La Casa Sin Pared", Biella Nuei (Espanha) - spanish folk

As músicas do mundo prosseguem com os Biella Nuei e o tema "Tarantainas De La Casa Sin Pared", uma referência amigável a todos os que viam a música tradicional aragonesa como algo ultrapassado, extraída do disco “Sol D’Iberno”, editado em 2006. Trabalho produzido por Juan Alberto Arteche, e que encerra a triologia iniciada com “Las Aves Y Las Flores” (1994) e “Solombra” (1998), abrindo portas a uma fase mais criativa e menos etnocêntrica no percurso deste grupo fundado por Luís Miguel Bajén na década de 1980. Álbum optimista e alegre, onde os Biella Nuei se abrem às percussões das culturas andaluza ou latina, e que conta com a participação de músicos como Eliseo Parra ou La Ronda de Boltaña. Nos primeiros anos, o septeto centrou-se no estudo e divulgação da tradição oral aragonesa, no desenvolvimento de repertório próprio e no fabrico de instrumentos como a gaita de boto, o saltério, o pífaro ou a dulzaina. Hoje permanece a variedade de instrumentos, melodias e ritmos tradicionais populares daquela região (jotas, pasacalles, tarantainas ou passeíllos), mas a free folk da banda, mestiçagem étnica sempre ligada aos movimentos sociais (entre eles os neorurais), cruza-se com outras culturas, deixando-se influenciar, entre outros géneros, pelos blues, pela rumba, pela choutiça ou pela soul cubana. Nas suas peregrinações sonoras, os Biella Nuei, que em palco se apresentam ainda com uma formação mais pequena - os Bufacalibos -, têm vindo a tocar com Carlos Núñez, Cristina Pato, Chico Sánchez Ferlosio, Kepa Junkera, Mauricio Martinotti, The Oysterband ou os Gwendal.
"Galego Guajiro", Luar Na Lubre (Espanha) - celtic folk, folk-rock
Os Luar na Lubre de regresso ao programa, desta feita com “Galego Guajiro” (guajiro é o termo com que em Cuba são conhecidos os camponeses), tema retirado do álbum “Saudade”, lançado em 2006. Um medley composto por um punto cubano e por uma alborada e uma pandeirada galegas, numa alusão aos milhares de emigrantes galegos que a Cuba foram buscar a sua academia, a bandeira e o hino. Com uma dezena de trabalhos editados, estes embaixadores da folk celta contemporânea defendem a cultura, a tradição e a música galegas, sem no entanto fecharem portas às influências externas. No seu penúltimo álbum, o grupo da Corunha aposta na música proveniente da América do Sul. Bieito Romero, Patxi Bermúdez, Xulio Varela e Xan Cerqueiro são os quatro elementos que restam da banda original, criada em 1986 e que dez anos depois saltava para a ribalta internacional com o apadrinhamento de Mike Oldfield no seu disco “Voyager”. Neste trabalho, os Luar na Lubre apresentam a vocalista que os acompanha há cerca de três anos, a portuguesa Sara Vidal (que já tinha participado no álbum “Paraíso”), em substituição de Rosa Cedrón. Um disco onde resgatam velhas melodias e harmonias melancólicas, bem como poemas de García Lorca e de autores galegos da emigração, utilizando-os em temas que falam de nostalgia, do exílio e da saudade. Tudo numa homenagem à Galiza que chegou à América Latina e se fundiu com a cultura daquele continente, sem no entanto deixar de parte as suas raízes celtas.

"Umuntu Ngumuntu", Mahlathini & The Mahotella Queens (África do Sul) - mbaqanga, mgqashiyo, afropop

"Djeli", Ba Cissoko (Guiné-Bissau) - kora music

"Sepän Poika", Värttinä (Finlândia) - traditional finnish folk, suomirock

Seguem-se os Hedningarna, que nos trazem o tema “Omas Ludvig”, extraído do álbum “Kaksi!” (em finlandês, a palavra quer dizer “dois”). Neste trabalho, editado em 1992, as vocalistas finlandesas Sanna Kurki-Suonio e Tellu Paulasto juntam-se ao grupo de pioneiros na renovação da folk sueca. Das incursões pelo mundo do rock à pop e ao techno, os Hedningarna (em sueco, hedning significa "pagão") misturam sonoridades contemporâneas com elementos da música tradicional nórdica. Temas que a banda, formada em 1987 e da qual hoje fazem parte Anders Skate Norudde, Hållbus Totte Mattsson, Christian Svensson e Magnus Stinnerbom, reinterpreta de forma livre e inventiva, juntando-lhe ainda percussões acústicas e electrónicas. Para isso, servem-se de antigos instrumentos de vários países do norte da Europa, e não só, como a moraharpa (versão medieval da nyckelharpa, harpa tradicional sueca, semelhante a um violino com teclas), a stråkharpa (lira nórdica de arco), o lagbordun, o hummel (cordofone sueco, da família da cítara e semelhante ao norueguês langeleik), a mandora (cordofone da família do alaúde), o oud (alaúde árabe), a sanfona, a guitarra barroca, a flauta transversal, o violino, a gaita sueca, o acordeão, o didgeridoo e o pandeiro.
