Um programa especial, onde se destaca a entrevista exclusiva aos Ventos da Líria, quinteto instrumental que liga os ares celtas aos ventos da folk europeia.
"Karavaani Kulkee", Tuomari Nurmio & Alamaailman Vasarat (Finlândia) - progressive folk, punk, rock
Tuomari Nurmio & Alaimaailman Vasarat a abrirem de novo mais uma emissão, desta feita com “Karavaani Kulkee”, tema do álbum conjunto “Kinaporin Kalifaatti”, editado em 2005. Tuomari Nurmio, nome artístico de Hannu Juhani Nurmio, nasceu em Helsínquia e é um dos mais originais cantautores finlandeses. Da música country e dos blues, às reminescências de Tom Waits, são impressões ora românticas, ora humorísticas, que Tuomari (“juíz”, em finlandês, alcunha adoptada desde que este se formou em Direito) combina com expressões peculiares, metáforas e vernáculo quanto baste. Depois do duo de guitarra e bateria com Markku Hillilä, surge agora a colaboração com os Alamaailman Vasarat (Martelos do Submundo) numa mistura que combina melodia, harmonia e ritmo. Criados em 1997 também em Helsínquia por dois membros do grupo de rock progressivo Höyry-Kone - o percussionista Teemu Hänninen e o guitarrista Jarno Sarkula, que então comprou um saxofone soprano -, os Vasarat são um projecto acústico cheio de humor e energia. A banda – a que se juntam Miikka Huttunen, Marko Manninen, Tuukka Helminen e Erno Haukkala - apresenta-se como uma combinação de world music ficcional oriunda do seu próprio continente imaginário, a Vasaraasia, com elementos de heavy metal, jazz e música klezmer. Uma folk progressiva situada algures entre o chamber rock, o ethnic brass punk e o kosher-kebab jazz. São climas sombrios e texturas densas numa original mistura de timbres baseada em instrumentos de sopro (trombone, clarinete e saxofone soprano), no violoncelo, no piano e no órgão, mas também em instrumentos como o didgeridoo e o shenhai (espécie de oboé indiano). Ritmos acelerados e frenéticos a provarem que no rock não são necessárias guitarras eléctricas.
"Prima Donna", Ricardo Lemvo (RD Congo) - salsa, rumba, soukous, afropop
As músicas do mundo prosseguem com Ricardo Lemvo e o tema "Prima Donna", um híbrido festivo extraído do seu quinto e último álbum “Isabela”, lançado em 2007 e baptizado com o nome da própria filha. Trabalho onde o músico, que começou por tocar em bandas de rhythm & blues, prossegue com a habitual mistura de géneros afro-americanos como a salsa cubana, o soukous ou a rumba congolesa, a que se juntam ainda incursões pelo universo do merengue, do boogaloo ou do tango. Um álbum que conta com as participações do guitarrista congolês Papa Noël, do violinista cubano Alfredo de la Fé, dos vocalistas Maria de Barros, Janan Guzey, Wuta Mayi, Nyboma, El Niño Jesús e do rapper Qbanito. Nascido no antigo Zaire, mas de ascendência angolana, Ricardo Lemvo passou toda a sua infância em Kinshasa, hoje capital da República Democrática do Congo. Foi ali que ele se deixou inspirar pelos ritmos e melodias da rumba congolesa e do soukous, fruto da influência da música cubana nas décadas de 1950 e 1960 naquele país. Aos 15 anos, Lemvo mudava-se para Los Angeles, nos Estados Unidos, onde, influenciado pelo vibrante ambiente da salsa, acabaria por trocar o curso de Direito pela música. Depois de ter sido vocalista em várias bandas, em 1990 este fundava os Makina Loca, uma dezena de músicos que combinam a rumba congolesa com o cubano son montuno, ligando as raízes africanas e os sons afro-portugueses aos da diáspora latina. Ricardo Lemvo canta em inglês, francês, castelhano, português, turco, suaíli, lingala e quicongo, uma panóplia de línguas associadas a temas que através do ritmo e da dança celebram a vida, e que, entre outros, são tocados por músicos como o colombiano Joe Arroyo e a cubana Orquestra Reve.
"Dabbaax", Youssou N'Dour (Senegal) - mbalax, afropop
Youssou N’Dour de regresso ao programa, desta feita com “Dabbaax”, tema retirado do álbum “Rokku Mi Rokka” (Apanhar e Levar), editado em 2007. Trabalho onde o mais famoso cantor senegalês se aproxima dos cantos religiosos sufi, das percussões dos griots e dos sons do norte do Senegal, num apelo à paz, tolerância e valorização do continente africano. No final dos anos 70, o autor, intérprete e músico, que aprendeu a cantar com a mãe, formava com o cantor El Hadj Faye os L'Etoile de Dakar, e em 1981 os Le Super Étoile de Dakar. Cruzando os ritmos sincopados do mbalax senegalês com a pop internacional, numa fusão que inclui o jazz, a soul e arranjos afro-cubanos, o “rouxinol de Dakar” depressa cativou o público ocidental sem no entanto abdicar das suas raízes, conquistando o estatuto de embaixador da música africana. Nos seus temas em wolof e inglês, Youssou N’Dour retrata o mundo da pobreza, da emigração ou os valores culturais africanos. Um dos mais conhecidos a nível global é “Seven Seconds”, gravado com Neneh Cherry. Através da música, Youssou N'Dour pretende quebrar o silêncio das crianças que sofrem e abraçar as causas humanitárias. Da fundação com o seu nome aos concertos em benefício da Amnistia Internacional, o embaixador da boa vontade para as Nações Unidas e para a UNICEF tem por isso mesmo colaborado com músicos como Peter Gabriel, Axelle Red, Sting, Alan Stivell, Bran Van 3000, Wyclef Jean, Paul Simon, Bruce Springsteen, Tracy Chapman, Branford Marsalis, Ryuichi Sakamoto ou o camaronês Manu Dibango.
Youssou N’Dour de regresso ao programa, desta feita com “Dabbaax”, tema retirado do álbum “Rokku Mi Rokka” (Apanhar e Levar), editado em 2007. Trabalho onde o mais famoso cantor senegalês se aproxima dos cantos religiosos sufi, das percussões dos griots e dos sons do norte do Senegal, num apelo à paz, tolerância e valorização do continente africano. No final dos anos 70, o autor, intérprete e músico, que aprendeu a cantar com a mãe, formava com o cantor El Hadj Faye os L'Etoile de Dakar, e em 1981 os Le Super Étoile de Dakar. Cruzando os ritmos sincopados do mbalax senegalês com a pop internacional, numa fusão que inclui o jazz, a soul e arranjos afro-cubanos, o “rouxinol de Dakar” depressa cativou o público ocidental sem no entanto abdicar das suas raízes, conquistando o estatuto de embaixador da música africana. Nos seus temas em wolof e inglês, Youssou N’Dour retrata o mundo da pobreza, da emigração ou os valores culturais africanos. Um dos mais conhecidos a nível global é “Seven Seconds”, gravado com Neneh Cherry. Através da música, Youssou N'Dour pretende quebrar o silêncio das crianças que sofrem e abraçar as causas humanitárias. Da fundação com o seu nome aos concertos em benefício da Amnistia Internacional, o embaixador da boa vontade para as Nações Unidas e para a UNICEF tem por isso mesmo colaborado com músicos como Peter Gabriel, Axelle Red, Sting, Alan Stivell, Bran Van 3000, Wyclef Jean, Paul Simon, Bruce Springsteen, Tracy Chapman, Branford Marsalis, Ryuichi Sakamoto ou o camaronês Manu Dibango.
"Ach Adani", Rachid Taha (Argélia) - chaâbi, raï, rock, punk, techno
A jornada continua com Rachid Taha e “Ach Adani”, parte integrante do álbum “Diwan”, lançado em 1998. São arranjos e interpretações de temas magrebinos e árabes, numa homenagem às melodias e canções de músicos da sua infância como Blaoui Houari, estrela argelina da década de 1950, ou Mohamed Mazouni. Clássicos actualizados num trabalho produzido por Steve Hillage. Rachid Taha nasceu na cidade costeira de Oran, na Argélia, mas desde muito cedo que emigrou com a família para França. Alsácia e Vosges foram os primeiros destinos do músico e compositor residente em Paris, cidade onde começou a sua carreira a solo. Em 1981, enquanto vivia em Lyon, Rachid Taha conheceu Mohammed e Moktar Amini. Foi então que os três, juntamente com Djamel Dif e Eric Vaquer, formaram a banda de rock “Carte de Séjour” (“autorização de residência”), nome que se refere à crescente movimentação dos descendentes dos imigrantes argelinos, que na época começavam a reclamar por um maior espaço de intervenção na sociedade francesa. Popular e polémico, Rachid Taha mistura o rock urbano com a música tradicional do Oriente, cantando em árabe. Nas suas influências destacam-se o chaâbi e o raï, géneros que cruzou não só com sons africanos e europeus, mas também com o punk ou o techno. Rachid Taha não deixa ninguém indiferente, já que ao longo de mais de duas décadas se tem batido pela defesa da democracia e da tolerância e pela luta contra o racismo e todas as formas de exclusão, sem esquecer a guerra contra a pobreza, o medo e os fundamentalismos árabes.
"Bèlaya Bèlaya", Mahmoud Ahmed (Etiópia) - eskeusta, afropop, ethiopian jazz
Mahmoud Ahmed estreia-se no programa com “Bèlaya Bèlaya”, tema extraído do álbum “Éthiopiques 19 - Alèmyé”, editado em 2005. Parte de uma colectânea retrospectiva sobre a obra de diversos cantores e instrumentistas da música popular e tradicional da Etiópia e Eritreia, entre eles Alemayehu Eshete, Asnaketch Worku, Mulatu Astatke e Tilahun Gessesse. Nascido em Adis Abeba, onde ainda vive, Mahmoud Ahmed é um cantor de origem gurage, etnia do sudoeste da capital etíope, conhecida pelas suas danças tradicionais exuberantes. O músico estreou-se nos anos 60 no Arizona Club, cantando com a banda do capitão Girma Hadgue. Mais tarde, integrou a banda da Guarda Imperial de Haile Selassie, tendo vindo a colaborar com formações como Roha Band, Musicians Titesh, Dahlack Band ou Idan Raichel Project. Com uma voz multitímbrica, Mahmoud Ahmed é o rei da eskeusta (“êxtase”), género que cruza os ritmos complexos e repetitivos da música tradicional amárica com a pop, o free jazz, a soul, o funk, o rhythm & blues ou a dub. Uma mistura de sabor indiano, acompanhada quase sempre por sons ora eléctricos, ora acústicos, onde é possível encontrar instrumentos como o krar (cordofone de cinco ou seis corda, semelhante à lira, característico da Eritreia e da Etiópia), a guitarra e o bandolim. São canções de amor cujas letras escondem desabafos políticos, imagem de uma carreira feita de persistência quanto baste. Grande parte da extensa discografia do músico foi gravada durante os anos 70, uma actividade interrompida com a repressão política de Mengistu e dos governos seguintes. Há três décadas que a lenda viva da Etiópia não edita um disco de originais, e há quase vinte que não compõe. Contudo, e ainda que pouco conhecido no ocidente, Mahmoud Ahmed e a sua banda tocam ocasionalmente junto dos seus compatriotas exilados na Europa e nos Estados Unidos.
"Roda Cozida", Ventos da Líria (Portugal) - celtic, irish folk, fusion
Os Ventos da Líria trazem-nos “Roda Cozida”, um dos temas que deverá integrar o seu primeiro álbum de originais, ainda sem data prevista de lançamento. Para já, o grupo conta com o trabalho promocional “Às Voltas”, editado em 2007 e feito de melodias de autor e de temas tradicionais celtas. Repartido entre Alcains e Castelo Branco, o jovem quinteto liga os ares celtas ibéricos aos ventos da folk irlandesa, fusão festiva inspirada em nomes de referência como Kepa Junkera e Luar na Lubre, ou em bandas lendárias como os Dubliners e os The Chieftains. Ambientes musicais onde entram também os tangos provocadores de Astor Piazolla e as melodias vulcânicas de Emir Kusturica. A aventura furtuita arrancou em 2001, acabando por dar lugar à formação de que hoje fazem parte Rui Barata, Susana Ribeiro, Gonçalo Rafael, António Preto e Mané Silva. Ao diálogo ritmado entre o acordeão e o violino juntam-se a viola baixo, a guitarra, a bandola ou a bateria. Energia sonora que serve de estímulo aos Ventos da Líria. Tudo para que, inspirados pelos ares da Serra da Gardunha, estes continuem de olho nos ventos musicais que sopram dos quatro cantos do globo. A 23 e 24 de Maio o grupo ruma até Vila Viçosa e Torres Novas, respectivamente. Mais adiante, a 18 de Julho, segue-se o concerto em Penamacor. Finalmente, em Setembro, os Ventos da Líria vão estar nas Sarnadas de Ródão (dia 7) e em Castelo Branco (dia 19).
"Iman", Andrea Echeverri (Colômbia) - latin rock, colombian folk, country
Despedimo-nos com a colombiana Andrea Echeverri e o tema “Íman”, extraído do primeiro álbum a solo da vocalista e guitarrista dos Atercipelados, assinado com o seu nome e lançado em 2005. Depois de uma década à frente da banda que mistura o rock alternativo latino com a folk colombiana, Andrea seguiu outros caminhos. Durante a sua gravidez e após o parto, Andrea compôs então uma série de melodias que celebram a magia da maternidade ou o amor ao seu marido e à sua filha Milagros. O resultado é um trabalho que cruza os sons latinos, o rock, a música country e electrónica e o africano highlife com a subtileza da voz de Andrea Echeverri. O disco, gravado em Bogotá, sua cidade natal, por outro membro da banda, o baixista Héctor Buitrago, e misturado por Thom Russo, foi nomeado em 2006 para os Grammys na categoria de Melhor Álbum Latino de Rock Alternativo. Andrea Echeverri colaborou com bandas como Soda Stereo, contando com participações na banda sonora de "La Mujer de mi Hermano", do peruano Jaime Bayly, e no filme "¿Quién dice que es fácil?", do realizador argentino Juan Taratuto.
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